Não há nada na minha presença
do movimento dos meus dedos,
do meu cerrar de olhos,
do meu longo e profundo respirar,
que há nas minhas distancias.
Não há nada da pessoa que consegues ver à mesa dos costumes,
da felicidade de te tocar,
da ternura de te ver,
da palpitação do meu peito e da plenitude de te viver,
que há nas minhas ausências.
Há na tua sombra, todos os contornos
Há nos teus contornos toda a luz
Há na tua luz toda a vida
E a tua vida deixa-me perdido de te sonhar, querer, ter.
É no vício de te amar que me rasgo e sou o que se ausenta, já de volta,
para te deslizar a textura na palma da mão,
para me soltar nos movimentos do corpo que te contornam as ancas
e para nos lábios te ter o gosto dos seios.
És a pele dos meus dias, um rasto continuo de vida nas minhas orbitas,
todos os momentos em que não sou triste.
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